O QUE É O FATOR DE POTÊNCIA?
CORRECÇÃO DO FACTOR DE POTÊNCIA DE UMA INSTALAÇÃO ELÉCTRICA
A correcção é uma técnica que, melhorando o factor de potência da máquina, permite a utilização racional da energia, realizando importantes poupanças económicas e importantes melhoramentos técnicos.
As vantagens económicas são tanto mais importantes quanto maior é o consumo de energia eléctrica.
O BAIXO FACTOR DE POTÊNCIA
O factor de potência envolve a relação de dois tipos de potência: a potência activa e a potência reactiva.A maior parte das cargas, no actual sistema eléctrico de distribuição, são indutivas. Isto significa que, para funcionarem, necessitam de um campo electromagnético e de receber da rede dois tipos de potência:
Potência Activa: responsável pelo trabalho, calor, força, movimento, etc..
Potência Reactiva: produz apenas o campo electromagnético necessário ao funcionamento da máquina.
A potência activa mede-se em KW enquanto a potência reactiva mede-se em KVARh (Kilovolt - ampere - reactivos).
A potência activa e a potência reactiva somadas vectorialmente compõem a potência aparente, que se mede em KVA.
O factor de potência, que se designa por Cos φ, é a relação entre a potência activa e a potência aparente referida à fundamental; esta relação pode variar entre 0 e 1.
Cos φ = |
A figura 1 representa estas formas de potência e a figura 2 exemplifica como a potência reactiva pode não ser fornecida pelo distribuidor de energia eléctrica, mas sim por equipamentos com condensadores.
Fig. 1 | Fig. 2 |
No caso de carga indutiva verifica-se um desfasamento entre a curva da tensão e a de intensidade em que a intensidade está em atraso relativamente à tensão, atingindo os seus valores máximos e os valores zero mais tarde do que a tensão.
Este fenómeno está representado na figura A, enquanto a figura B representa as sinusoides da tensão e da intensidade de uma carga resistiva, perfeitamente em fase e a figura C com uma carga capacitiva com a sinusoide da intensidade avançada relativamente à tensão.
Figura A |
Figura B |
Figura C |
Se o factor de potência médio mensal é inferior a 0,93 indutivo (ou 0,96 em determinados casos) o fornecedor de energia incluirá na factura a penalização por baixo factor de potência.
ATENÇÃO
COMO CORRIGIR O COS φ DE UMA INSTALAÇÃO ELÉCTRICA
O modo mais simples e económico de resolver o problema do baixo factor de potência de uma instalação eléctrica é o de ligar condensadores em paralelo com a carga.Os condensadores funcionam como geradores de energia reactiva, fornecendo ás máquinas eléctricas toda a energia reactiva necessária para manter o campo electromagnético.
Na prática, os condensadores têm a propriedade de "absorver" uma intensidade que está em antecipação de 90º relativamente à tensão, comportando-se como um verdadeiro gerador de energia reactiva a qual se encontra em oposição à do fornecedor de energia eléctrica.
Esta potência "fornecida" pelo condensador deixa de ser fornecida pela rede pelo que diminui a intensidade da corrente de entrada, melhora o Cos φ e anula a penalização na factura, do excedente de energia reactiva consumida.
Pelo diagrama verificamos, por exemplo, que uma máquina ou um quadro eléctrico que esteja com Cos φ = 0,7, a intensidade é 43 % superior à intensidade que seria necessária com o Cos φ = 1.
Variação de intensidade que percorre o cabo de alimentação de uma máquina ou quadro em função do COS φ da carga. |
VANTAGENS DA CORRECÇÃO DO COS φ
Numa instalação devidamente corrigida, o utilizador paga apenas a energia que efectivamente utiliza.Por exemplo: Numa instalação com o Cos φ = 0,7 indutivo, apenas 70 % da potência fornecida pelo transformador do P.T., é utilizada para produzir trabalho útil, enquanto o restante é energia reactiva solicitada pela máquina para criar campos electromagnéticos.
Com a carga perfeitamente corrigida Cos φ = 1, portanto com a energia reactiva fornecida por condensadores, o transformador pode fornecer até cerca de 98 % da sua potência.
A instalação de condensadores permite também outros benefícios:
- Redução do valor da factura, em alguns casos considerável, permitindo a amortização do valor do equipamento de correcção em menos de 1 ano.
- Redução das perdas de energia por efeito de Joule (aquecimento nos cabos).
- Maior potencialidade da instalação.
- Maior disponibilidade de potência e menor aquecimento do transformador.
- Redução das intervenções intempestivas do limitador de intensidade, as quais interrompem o ciclo produtivo.
ONDE CORRIGIR UMA INSTALAÇÃO
Numa industria o n.º de motores eléctricos ou máquinas de carga indutiva pode ser elevado e cada uma necessita de 1 condensador de potência adequada com o respectivo cabo de ligação, protecção e aparelho de corte.
Por outro lado não é permitido, por normas de segurança, a instalação de condensadores fixos, isto é permanentemente ligados à rede, excepto os colocados para a correcção do transformador de potência, a montante do interruptor geral de B.T., quando devidamente dimensionados.
Esta solução de correcção, motor a motor, obriga a que o condensador só possa estar em tensão quando o motor está em funcionamento e é uma solução economicamente desfavorável.
Os condensadores só podem ser ligados à rede na presença de carga indutiva e esta não deve ser corrigida além do Cos φ = 1, para evitar sobrecompensação, os quais podem dar origem a graves desequilíbrios na rede, tais como, perigosos aumentos de tensão, sobrecargas de intensidade na linha e nos aparelhos de distribuição.
Todos estes problemas são resolvidos com a correcção centralizada, que consiste na montagem de 1 equipamento único no quadro geral de baixa tensão a jusante do interruptor geral.
Este equipamento, dotado de um sofisticado sistema a microprocessador, gere a potência reactiva dos condensadores (dividida em diversos escalões) segundo o andamento da carga, para obter, em cada momento, uma perfeita correcção do factor de potência.
Terminada a actividade da carga (fim da laboração) o equipamento desliga os escalões ainda em serviço e aguarda um novo ciclo de trabalho.
Esta solução designada por correcção centralizada, é a mais económica, mas, tecnicamente a menos correcta.
A solução que preconizamos é uma solução mista:
- Corrigindo pontualmente os motores de maior potência, actuando, preferencialmente, nos quadros eléctricos que os alimentam.
- Corrigindo os quadros parciais de maiores cargas e/ou os quadros mais distantes, e os mais subdimensionados relativamente aos cabos que os alimentam.
- Correcção no quadro geral para ajuste final do Cos φ.
COMO SE CALCULA O FACTOR DE POTÊNCIA DE UMA INSTALAÇÃO
O método mais simples consiste em calcular a média dos últimos 4 ou 5 meses dos valores do Cos φ indicados nas facturas do fornecedor de energia. Se este valor não estiver disponível, será suficiente aplicar a fórmula a seguir indicada, a qual permite encontrar o Cos φ conhecendo o consumo de energia activa (Kwh) (horas cheias + horas de ponta) e o consumo de energia reactiva (Kvarh) (horas fora do vazio).
Estes valores estão sempre disponíveis na factura mas também é possível utilizar as leituras dos contadores durante um período suficiente (1 mês), conhecendo eventuais factores de multiplicação dessas leituras.
Em que: Energia Activa = Energia Activa (Horas Cheias + Horas de Ponta)
Exemplo:
Energia Activa Horas Cheias = 14.140 kWh
Energia Activa Horas Ponta = 5.660 kWh
Energia Activa Total = 19.800 Kwh
Energia Reactiva Fora do Vazio = 20.770 Kvarh
Consultando a tabela seguinte, pode-se calcular facilmente a potência dos condensadores ou do equipamento necessário para corrigir a instalação.
Tg φ | Cos φ da instalação | Cos φ Pretendido |
|||
0,93 |
0,95 | 0,97 | 1,00 | ||
3,18 |
0,30 | 2,78 | 2,85 | 2,93 | 3,18 |
2,96 | 0,32 | 2,56 | 2,63 | 2,71 | 2,96 |
2,77 | 0,34 | 2,37 | 2,44 | 2,52 | 2,77 |
2,59 |
0,36 | 2,19 | 2,26 | 2,34 | 2,59 |
2,43 |
0,38 | 2,03 | 2,11 | 2,18 | 2,43 |
2,29 | 0,40 | 1,89 | 1,96 | 2,04 | 2,29 |
2,16 |
0,42 | 1,76 | 1,83 | 1,91 | 2,16 |
2,04 |
0,44 | 1,64 | 1,71 | 1,79 | 2,04 |
1,93 |
0,46 | 1,53 | 1,60 | 1,68 | 1,93 |
1,83 |
0,48 | 1,43 | 1,50 | 1,58 | 1,83 |
1,73 |
0,50 | 1,33 | 1,40 | 1,48 | 1,73 |
1,64 |
0,52 | 1,24 | 1,31 | 1,39 | 1,64 |
1,56 |
0,54 | 1,16 | 1,23 | 1,31 | 1,56 |
1,48 |
0,56 | 1,08 | 1,15 | 1,23 | 1,48 |
1,40 |
0,58 | 1,00 | 1,08 | 1,15 | 1,40 |
1,33 | 0,60 | 0,93 | 1,00 | 1,08 | 1,33 |
1,30 |
0,61 | 0,90 | 0,97 | 1,05 | 1,30 |
1,27 |
0,62 | 0,87 | 0,94 | 1,02 | 1,27 |
1,23 |
0,63 | 0,83 | 0,90 | 0,98 | 1,23 |
1,20 |
0,64 | 0,80 | 0,87 | 0,95 | 1,20 |
1,17 |
0,65 | 0,77 | 0,84 | 0,92 | 1,17 |
1,14 |
0,66 | 0,74 | 0,81 | 0,89 | 1,14 |
1,11 |
0,67 | 0,71 | 0,78 | 0,86 | 1,11 |
1,08 |
0,68 | 0,68 | 0,75 | 0,83 | 1,08 |
1,05 |
0,69 | 0,65 | 0,72 | 0,80 | 1,05 |
1,02 |
0,70 | 0,62 | 0,69 | 0,77 | 1,02 |
0,99 |
0,71 | 0,59 | 0,66 | 0,74 | 0,99 |
0,96 |
0,72 | 0,56 | 0,64 | 0,71 | 0,96 |
0,94 |
0,73 | 0,54 | 0,61 | 0,69 | 0,94 |
0,91 |
0,74 | 0,51 | 0,58 | 0,66 | 0,91 |
0,88 |
0,75 | 0,48 | 0,55 | 0,63 | 0,88 |
0,86 |
0,76 | 0,46 | 0,53 | 0,61 | 0,86 |
0,83 |
0,77 | 0,43 | 0,50 | 0,58 | 0,83 |
0,80 |
0,78 | 0,40 | 0,47 | 0,55 | 0,80 |
0,78 |
0,79 | 0,38 | 0,45 | 0,53 | 0,78 |
0,75 |
0,80 | 0,35 | 0,42 | 0,50 | 0,74 |
0,72 |
0,81 | 0,32 | 0,40 | 0,47 | 0,72 |
0,70 |
0,82 | 0,30 | 0,37 | 0,45 | 0,70 |
0,67 |
0,83 | 0,27 | 0,34 | 0,42 | 0,67 |
0,65 |
0,84 | 0,25 | 0,32 | 0,40 | 0,65 |
0,62 |
0,85 | 0,22 | 0,29 | 0,37 | 0,62 |
0,59 | 0,86 | 0,19 | 0,26 | 0,34 | 0,59 |
0,57 | 0,87 | 0,17 | 0,24 | 0,32 | 0,57 |
0,54 |
0,88 | 0,14 | 0,21 | 0,29 | 0,54 |
0,51 |
0,89 | 0,11 | 0,18 | 0,26 | 0,51 |
0,48 |
0,90 | 0,08 | 0,16 | 0,23 | 0,48 |
0,46 |
0,91 | 0,06 | 0,13 | 0,21 | 0,46 |
0,43 |
0,92 | 0,03 | 0,10 | 0,18 | 0,43 |
Em correspondência ao valor do Cos φ da instalação e do valor do Cos φ que queremos atingir, encontramos um coeficiente (F), o qual multiplicado pela potência máxima da instalação em Kw, dá-nos o valor da potência dos condensadores em Kvar.
Façamos um exemplo de um utilizador que tem uma potência máxima de 110 Kw, um Cos φ de 0,69 e calculemos não só a potência do equipamento necessário mas também a poupança que se obtém com esta correcção.
Dados retirados da factura:
Potência máxima Kw = 110
Factor de potência Cos φ = 0,69
Energia activa consumida Kwh = 19.800
Energia Reactiva consumida Kvarh = 20.770
Energia Reactiva paga Kvarh = 12.850
Penalização por baixo Cos φ € = 159,34
Cálculos:
Potência necessária para corrigir para 0,95
Cos φ da instalação = 0,69
Cos φ pretendido = 0,95
Factor F (da tabela) = 0,72
Potência do Equipamento = 0,72 x 110 = 79,2 Kvar = 80 Kvar
Penalização Anual estimada = 12 x 159,34 € = 1.912,08 €
Custo de um equipamento de 80 Kvar previsto para THC < 40 %
CAM H 80 KVAr 1.720,00 €
O cálculo efectuado demonstra como o custo do equipamento é amortizado em menos de 1 ano.
CORRECÇÃO EM PRESENÇA DE HARMÓNICOS
Antes de escolher o equipamento automático de correcção, é necessário certificar-se da existência ou não, de harmónicos para evitar a sobrecarga da bateria de condensadores.Portanto é indispensável verificar a existência, na instalação, de certos equipamentos que possam gerar este fenómeno, como por exemplo U.P.S., fornos a arco, motores de velocidade variável, trefiladoras, transformadores saturados.
Um equipamento não dimensionado adequadamente, numa instalação com carga deste tipo, ficara danificada e rapidamente fora de serviço ou completamente destruída.
ESCOLHA DO EQUIPAMENTO
A vida dos condensadores depende da opção tomada no momento da compra e deve atender às seguintes condições de trabalho:Existência de harmónicos na instalação provocados por variadores de velocidade, UPS, iluminação de potência significativa e outras máquinas, que provocam sobrecargas de intensidade nos condensadores (THC).
- Temperatura ambiente
- Tensões elevadas na rede mesmo nas horas de vazio ou fins-de-semana
- Picos de tensão
- Microcortes
- Regime de laboração
Existem condensadores previstos para:
- Nenhuma sobrecarga harmónica THC < 15%
- Baixa sobrecarga harmónica THC < 25%
- Moderada sobrecarga harmónica THC < 40%
- Média sobrecarga harmónica THC < 60%
Para THC > 60% apenas com filtros harmónicos.
Classes de temperatura:
- -25/A temperatura máxima 40 ºC
- -25/B temperatura máxima 45 ºC
- -25/C temperatura máxima 50 ºC
- -25/D temperatura máxima 55 ºC
Este catálogo apresenta diversos modelos que divergem fundamentalmente pela sobrecarga harmónica suportada pelos condensadores.
Equipamentos Automáticos
- RAM 415 THC < 25%
- CAM H THC < 40%
- CAM HC THC < 60%
- CAM HA THC > 60%
Equipamentos Fixos (Compensação de transformadores)
CFT HC THC < 60%Equipamentos Semi fixo (Compensação de motores)
CFM HC THC < 60%CARACTERÍSTICAS PARTICULARES DESTES EQUIPAMENTOS AUTOMÁTICOS:
- Corte Geral
- Protecção dos escalões:
- Por disjuntores: série CAM H e CAM HC até 160 A
- Por fusíveis: restantes modelos
- Sistema de précarga
- Ventilação forçada a partir de CAM H 120
- Comando electrónico SUPERTEC (série RAM)
- Condensadores classe de temperatura -25/D
- Regulador electrónico digital com indicação:
- Cos φ Instantâneo
- Tensão da rede
- Intensidade da carga
- THC
- KVAr
- Alarmes de:
- Temperatura - Desliga o equipamento
- Tensão - Desliga o equipamento
- THC - Desliga o equipamento
- Microcortes (>20 ms.) - Desliga o equipamento
- Cos φ irregular - Só sinal de alarme
COMO SE CALCULA A POTÊNCIA DOS CONDENSADORES PARA CORRIGIR UM MOTOR ASSÍNCRONO
A potência do condensador não deve superar a potência reactiva em vazio, do motor, devido ao risco de fenómenos de auto excitação e de ressonância entre o condensador e a indutância do motor. A potência reactiva absorvida por um motor depende de vários factores, tais como: potência nominal, carga do motor, frequência, velocidade de rotação, tensão, etc.. Geralmente, para evitar um factor de potência capacitivo, determina-se a corrente reactiva do condensador para 90 % da corrente em vazio do motor. Se este dado não estiver disponível, podemos corrigir, correctamente, com um condensador de potência de 25 % da potência aparente do motor (potência em KVA). Os equipamentos da série CFM foram expressamente concebidos para esta aplicação. |
COMO SE CALCULA A POTÊNCIA DOS CONDENSADORES PARA CORRIGIR UM TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
A potência reactiva de um transformador, relativamente à sua potência nominal, é muito inferior à de um motor assíncrono, porque a indutância de um transformador é elevada devido ao circuito electromagnético. O Condensador tem como objectivo corrigir a intensidade magnetizante do transformador que serve para criar uma campo magnético ao seu funcionamento. Em geral, porque o condensador deve compensar unicamente a corrente em vazio fortemente desfasada, deverá ser utilizado um condensador com uma intensidade de cerca de 90 % da intensidade em vazio do transformador. Se este dado não estiver disponível, pode-se compensar, correctamente, com um condensador de potência com 3 a 5 % da potência aparente do transformador. Os equipamentos da série CFT foram concebidos especialmente para esta aplicação. |
COMO CORRIGIR CORRECTAMENTE O FACTOR DE POTÊNCIA DE UMA MÁQUINA DE SOLDAR POR PONTOS
As máquinas de soldar estáticas são constituídas por um transformador de forte dispersão de fluxo magnético e cujo o factor de potência tem um valor altamente variável, geralmente entre Cos φ 0,25 e Cos φ 0,50. Valores assim baixos são devidos à forte reactância do braço do porta eléctrodos e à distorção da forma de onda. O primário do transformador permanece sempre em tensão e a carga é fortemente variável. Por esta razão estamos na presença de um transformador que geralmente trabalha em vazio ou a baixa carga com consequente factor de potência muito baixo. Um notável melhoramento das condições de trabalho destas máquinas, consegue-se com a instalação de um condensador, cuja potência será correspondente a 30 a 40 % da potência aparente da máquina de soldar. |
ESQUEMA DE LIGAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE